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Arroz de feijão e farofa, 1000 toalhas e os caprichos de Drake. O outro lado do Rock in Rio Brasil

Written by on October 4, 2019

O primeiro fim de semana de Rock in Rio Brasil foi tranquilo q.b. para Ingrid Berger, produtora de backstage do festival. Há muitos anos a trabalhar na área, Berger revelou em conversa com a BLITZ e os media portugueses presentes no Rio de Janeiro, enquanto mostrava os bastidores do palco Mundo, que Drake foi o artista mais complicado dos três primeiros dias: “Bon Jovi foi só um jantarinho para ele, super normal, e a banda comeu no catering. Foo Fighters foram maravilhosos, não deram trabalho nenhum… O outro deu muito trabalho!”.

“Foram três dias a trabalhar com ele. Todo o dia era uma coisa, todo o dia uma confusão”, explicou, “a equipa dele era grande, veio com muita gente, então eram muitos pedidos. Fizemos uma festa de aniversário para um adolescente, mandei fazer um bolo em formato de ténis com o nome do garoto. Fizemos uma outra festa para um outro executivo que veio, com bebidas e comidinhas. Foram muitas exigências que me deram muito trabalho e não era para ser feito tudo isso. Por outro lado, ele trouxe o seu próprio chef, que trouxe a comida e foi ele que cozinhou. Nem vi o que ele comeu”.

A segunda fase da edição deste ano do Rock in Rio Brasil, que começa esta quinta-feira, é bem mais tranquila, defende Berger. “Os Red Hot Chili Peppers só querem um sofá. Têm uma sala de meditação, uma sala onde fazem aquecimento de voz e tal. São muito simples. Também trazem o chef deles e não dão trabalho porque são eles que compram tudo, desde a água que o cara bebe até à sobremesa. Não preciso de fazer nada”. Segundo a produtora, P!nk também é uma artista “fácil”: “não vem com a família, não vem com muita gente. Chega tarde, faz o concerto e não dá trabalho. Vai embora direto, portanto está fácil”.

Os artistas que lhe vão dar mais trabalho são os Nickeback e os Panic At The Disco, “que têm muitas restrições alimentares, muita coisa pequenina a que tenho de prestar atenção. Mas não há nenhum daqueles artistas mais novos que se acham super importantes, não há ninguém mais estrela que me deixe fora da minha casinha”. Quanto aos Muse e aos Iron Maiden, diz: “já fiz tantas vezes concertos deles que já sei de cor e salteado o que querem. Iron Maiden é como se fizesse parte da equipa porque já andei em digressão com eles. É bom receber um email a dizer ‘ai que bom que é você!’. Até fico com medo, porque fico muito confortável. Presto muita atenção para ver se não me esqueço de nada”.

Há dois camarins, um decorado com cores escuras e outro com cores claras, “não faço camarins coloridos porque é muita informação”. Dave Matthews Band ficaram no camarim mais claro, mas Berger diz que as bandas de metal geralmente preferem ficar no mais escuro. A área comum está decorada com muitas plantas. “As pessoas chegam aqui e sentem-se não na Amazónia mas num ambiente de muita natureza verde, que é o que temos de preservar. O ar aqui é muito mais fresco, quando vens lá de fora. É importante ter todas estas plantas para o ambiente ficar mais fresco e mais húmido. Nota-se logo a diferença”, explica, “os artistas estão bastante sensibilizados. Houve um que até falou sobre isso, sobre as queimadas, a Amazónia, sobre preservar o ambiente”.

Uma das novidades do backstage do maior palco do Rock in Rio é um túnel que leva os artistas diretamente da zona dos camarins até ao palco. “Foi uma coisa incrível que fizémos. Muito bom por causa da chuva e do calor também. É climatizado, tem ar condicionado”, diz antes de acrescentar outra mais-valia do longo corredor elevado, “deste lado há todo o pessoal que trabalha no palco e isso incomoda os artistas também, portanto sobem aqui e não têm ninguém. Vão até ao palco em segurança. Amaram. Disseram todos ‘que ideia genial! Se outros festivais tivessem esta ideia ia ser muito bom'”.

Entre outros pormenores, Berger revela que comprou mil toalhas para esta edição do festival, “500 pretas de rosto e 500 brancas de banho”. Os pedidos de bebidas diz que são sempre muitos e que só nos primeiros três dias já foram 70% das que tinha pedidas, “não sobrou quase nada”. De comidas, garante que está bem servida, “muda todos os dias… são precisas mais frutas, mais sanduíches, mas já tenho a quantidade toda que necessito até ao final do festival”. No catering, diz que o que faz mais sucesso é o arroz com feijão. “farofa e arroz de feijão, comidas típicas brasileiras. Temos todos os dias. Em Portugal, é tudo com natas. Tudo é branco… arroz com natas, bacalhau com natas, mas aqui é o arroz de feijão que não pode faltar. Foi uma dificuldade chegar ao menú, mas depois de três semanas de ‘coloca isso, tira aquilo, coloca vegano’ conseguimos chegar a um resultado muito bom”.

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