#CinemaEmCasa | “Utopia”: a série sobre uma pandemia com base numa teoria da conspiração
Written by Camões Radio on September 25, 2020
“Utopia” é a série que retrata uma pandemia que abalou o mundo, baseada numa teoria da conspiração.
“Utopia” é o título da nova série da Amazon Prime Video, criada por Gillian Flynn, a autora de “Em Parte Incerta”, “Viúvas” e “Sharp Objects”. E cuja narrativa tem como pano de fundo uma pandemia letal que abala o mundo (que tem origem numa grande conspiração).
Tem oito episódios, e a história acompanha um grupo de nerds obcecados com um misterioso livro de banda desenhada, que supostamente esconde pistas sobre o futuro distópico da humanidade. Tem um tom apocalítico, mas também satírico. “Utopia” tanto é o nome da série como da banda desenhada que está no centro da história.
Nesta narrativa, o manuscrito da esperada sequela de “Dystopia” — que é “Utopia” — é encontrado de forma inexplicável na casa de um homem morto. Esta é uma saga de BD de culto sobre uma rapariga chamada Jessica Hyde, que foi raptada, em conjunto com o seu pai cientista, pelo maléfico Mr. Rabbit.
O seu pai seria depois obrigado a criar novos vírus para aterrorizar a humanidade. Jessica acabaria por escapar mas o seu pai continuaria preso e ela tenta salvá-lo.
Num fórum online, alguns fãs desta BD especulam se “Dystopia” não é apenas uma história fictícia — e questionam-se se a narrativa que conta não será realmente verdade. Afinal, eles estão convencidos de que o livro previu o aparecimento da ébola e de outros vírus potencialmente fatais.
Os protagonistas conhecem-se na FringeCon, uma convenção de banda desenhada em Chicago, onde o manuscrito de “Utopia” vai ser vendido em leilão. É nesse evento que se vão deparar com o vilão excêntrico Arby, e também com uma jovem mulher que alega ser a verdadeira Jessica Hyde. Todos vão fazer tudo ao seu alcance para ficarem com o livro e isso vai fazer com que haja cenas de violência e tortura.
No lado da história mais próximo da pandemia, o enredo acompanha o virologista frustrado Michael Sterns, furioso com a universidade que deixou de financiar a sua pesquisa; e o arrogante magnata da biotecnologia Kevin Christie.
Gillian Flynn está a trabalhar nesta adaptação desde a estreia da série original no Reino Unido. Foi uma mera coincidência que tenha estreado no ano em que o mundo da vida real é abalado por uma pandemia.
Contudo, alguma da imprensa especializada americana, como a revista “Time”, questionam a pertinência da estreia acontecer agora, tendo em conta que se trata de uma história que poderá alimentar teorias da conspiração e não contribuir em nada para a clareza em torno do que se está a passar realmente no mundo, num período sensível e delicado.