A polémica do aumento da quota da música portuguesa nas rádios

Apesar de as associações de produtores musicais acolherem a medida com entusiasmo, a Associação Portuguesa de Radiodifusão mostra-se insatisfeita com o aumento da quota da música portuguesa nas rádios portuguesas. 

 

Recentemente, em Portugal, a Ministra da Cultura Graça Fonseca apresentou um conjunto de medidas para fazer face à crise derivada da pandemia. Uma dessas medidas inclui o aumento da quota de música portuguesa nas rádios de 25 para 30%, uma iniciativa que não foi bem vista por todos.

Segundo a Ministra, o objetivo é «incrementar a divulgação de música portuguesa nas rádios, contribuindo para a sua valorização em benefício dos autores, artistas e produtores».

 

A Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) e a Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos (Audiogest) mostraram-se entusiasmadas e consideram «um passo positivo e importante para o sector musical e que, ao longo de 14 anos, não havia ainda sido tomado». Defendem que a medida faz todo o sentido, principalmente no momento de crise que o sector cultural enfrenta e lamentam que os operadores de rádio não o tenham feito mais cedo, voluntariamente.

 

Contudo, a APR contesta a medida e lamenta que tenha sido tomada pela tutela sem «acordo prévio com as rádios». Entretanto, o director da Rádio Comercial, Pedro Ribeiro, mostrou, nas redes sociais, a sua indignação com a medida, acusando o Governo de interferir na programação das rádios.