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“Sofia”: a escultura do artista misterioso Superlinox que apareceu no Elevador de Santa Justa

Written by on July 8, 2022

escultura de Superlinox - Camões Rádio - Portugal

“Sofia”: a escultura do artista misterioso Superlinox que apareceu no Elevador de Santa Justa

 

Há quem diga que é o Banksy português e não é difícil perceber porquê: Superlinox é um artista misterioso que desde 2020 anda a intrigar setubalenses e lisboetas com as instalações artísticas que tem criado nas duas cidades. Ninguém sabe quem é, mas todos admiram as suas obras insólitas que aparecem do dia para a noite.

Depois da obra em homenagem às vítimas da guerra na Ucrânia — a primeira escultura triste do artista — surge a “Sofia”. A figura, que representa uma mulher destemida, apareceu misteriosamente no Elevador de Santa Justa, na Rua do Carmo, a 19 de junho.

De cor lilás e com um vestido curto, “Sofia” mostra-se aos lisboetas com um aspirador de migalhas na mão. Porquê? Porque, tal como muitas outras pessoas, odeia migalhas.

“A ‘Sofia’ não consegue ter uma opinião sólida sobre a eternidade, mas há duas coisas que sabe muito bem: adora o Chiado e não suporta migalhas”, descreve Superlinox. “É uma mulher cheia de convicção, autoestima e amor-próprio. É uma diva com a mania das limpezas”, conta à NiT.

Fotogénica e com uma pose que demonstra confiança, a personagem não passou despercebida a quem passou perto do Elevador de Santa Justa. “Sou só eu que tenho vontade de trazer a Sofia para casa?” e “Ousado, porém espetacular” são alguns dos comentários à obra nas redes sociais.

Como explicou à NiT, os locais onde surgem as obras também fazem parte da instalação artística. Neste caso, o sítio escolhido foi o Chiado, uma das zonas mais caras de Lisboa e onde se veem cada vez mais pessoas a vender de tudo um pouco na rua do Carmo. “Prefiro que quem vê faça a sua própria interpretação sobre ‘porque é que este objeto específico está neste sítio específico?”, explica o artista.

“Seja de bronze ou efémera, a grande ambição da escultura sempre foi a de eternizar uma ideia, e no caso da estatuária, uma identidade. Além das intenções, talvez os materiais de uma escultura pública digam muito mais sobre a sociedade em que vivemos do que pensamos”, escreve o Banksy português, que não esconde que gosta de se “divertir com a escultura e com os conceitos”.

Superlinox, o artista misterioso

Tudo começou com a instalação de uma máquina de lavar roupa cor-de-rosa no telhado de um prédio abandonado perto da autoestrada, em Setúbal, no final de setembro de 2020. O aparecimento repentino do eletrodoméstico colorido despertou a curiosidade de muitos e começaram a ser partilhadas imagens e mensagens de espanto nas redes sociais. O mistério ficou (quase) resolvido quando o artista criou a sua página no Instagram.

Revelado o nome artístico, todas as outras informações pessoais são mantidas em segredo. Até ao momento, sabemos que nasceu em Setúbal e cresceu no universo do graffiti e da arte urbana. Tirou o curso de Artes na Escola Secundária Dom Manuel Martins e continuou os estudos na licenciatura em Belas Artes, na vertente de Escultura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

Quando começou a pensar no projeto, soube desde o início que não poderia assinar as obras com o nome verdadeiro, mas sim com um pseudónimo que conseguisse expressar a sua identidade enquanto artista anónimo. “Costumava jogar consola online com um amigo e fazíamos imensas noitadas. A certa altura, não sei muito bem porquê, ele começou a chamar-me Linox. Achei que era demasiado abstrato e, por isso, juntei-lhe uma carga conceptual porque na verdade quero ser um super artista”, revela.

As primeiras obras foram instaladas na cidade onde nasceu, como a estátua do Joel nas letras junto à rotunda do Centro Comercial Alegro Setúbal ou o Ricardo na Escola Secundária Dom Manuel Martins. Um estendal azul com roupa estendida, uma cama no meio da Praça do Bocage e uma menina cor-de-rosa em cima do canhão da Sétima Bataria do Outão foram outros dos objetos coloridos que não passaram despercebidos na cidade.

Recentemente, estas obras que aparecem sem que ninguém dê por isso também começaram a ser espalhadas por Lisboa. Porém, a maioria das obras não duram muito tempo nos locais onde são instaladas.

 

 

Fonte: NiT