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Índio carregou o pai às costas para que pudesse ser vacinado

Written by on January 12, 2022

Indigeno carrega pai para ser vacinado Covid-19 - Camões Rádio - Brasil

Foto: Eril Jennings Simões / Instagram

Imagem do indígena a transportar o progenitor com a própria força está a correr Mundo. Fotografia foi captada em janeiro de 2021, mas só agora foi divulgada por médico brasileiro.

Tawy Zó’é, um índio brasileiro de 24 anos, percorreu uma densa floresta com o pai às costas. O objetivo era que Wahu Zó’é, de 67 anos, pudesse ser vacinado contra a covid-19. A fotografia do indígena a carregar o progenitor tem percorrido as redes sociais e está a emocionar o Mundo.

O jovem teve de caminhar várias horas ao longo de um percurso marcado por duros obstáculos. A meta era chegar até ao centro de saúde local para que o pai tivesse a oportunidade de finalmente ser vacinado, uma vez que não tinham acesso a meios que facilitassem o processo.

O registo da imagem, pelos olhos do médico Erik Jennings Simões, foi feito em janeiro de 2021, altura em que se iniciou a campanha de vacinação contra a covid-19 no Brasil, porém, a fotografia só foi partilhada nas redes sociais na semana passada. À “BBC Brasil”, o médico explica que escolheu este momento para “passar uma mensagem positiva no início do novo ano”.

Pai e filho receberam a receberem a primeira dose da vacina a 22 de janeiro de 2021, um dia que certamente ficará eternizado. “Foi uma cena muito bonita, da relação de amor entre eles”, recordou Erik,

De acordo com o médico, o momento em que Tawy chegou ficou marcado pela enorme demonstração de carinho e respeito entre pai e filho. O jovem teve de transportar o progenitor devido ao seu estado de saúde debilitado, que não permitiu que Wahu se deslocasse pelo próprio pé. O médico explicou ainda que Wahu tinha dificuldades de visão e também estava com um grave problema urinário.

Erik estima que pai e filho podem ter demorado entre cinco e seis horas até chegar ao local. Alcançado o objetivo, Tawy voltou a colocar o pai às costas e fez o percurso inverso em direção região onde ambos viviam.

Agora, quase um ano depois, a imagem regista o amor entre os dois e é, certamente, ainda mais marcante depois de Wahu já não estar presente na vida do filho. O indígena acabou por falecer em setembro, devido a problemas urinários. Já Tawy continua a viver com a família na aldeia.

Truque contra a covid-19

O povo indígena Zó’é, ao qual pertencem pai e filho, vive nas proximidades do Rio Amazonas, numa zona de floresta considerada altamente preservada e com uma enorme biodiversidade. Segundo as autoridades de saúde que atuam na região, a população Zó’é é atualmente composta por cerca de 325 indígenas, que vivem dispersos no território, habitando em mais de 50 aldeias.

Desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais, o povo não registou nenhum caso de covid-19, e há um truque para este fenómeno.

Erik Simões recorda que no início da pandemia, o povo Zó’é criou uma estratégia para evitar que o vírus se propagasse na zona. Decidiram “dividir-se em grupos de aproximadamente 18 famílias, isolaram-se nas aldeias mais distantes e evitaram qualquer tipo de contacto”, explicou o médico.

Conscientes das consequências da pandemia, o povo indígena é a favor da vacinação e “não entende o motivo pelo qual muitos brancos não se vacinam. Preocupam-se com isso porque sabem que, se o branco não se vacinar, isso ir-se-á refletir neles também”, referiu Erik Simões.

 

 

Fonte: JN 

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