Xutos & Pontapés completou 45 anos de existência e a festa continua no Porto
Written by Fabiane Azevedo on September 12, 2024

Foto: Reprodução/Social Media
A estreia dos Xutos & Pontapés em cima de um palco aconteceu na sala Alunos de Apolo, em Lisboa, a 13 de Janeiro de 1979. A história dessa noite histórica é contada por alguns dos seus principais protagonistas e por quem a testemunhou, num artigo que republicamos no dia em que o grupo celebra o 45º aniversário.
A história do punk em Lisboa começou em Janeiro de 78 com o primeiro concerto dos Faíscas, na festa da Música & Som no Pavilhão dos Belenenses, onde estiveram também os Psico”, recordava em 2009 Jorge P. Pires, jornalista há muitos anos ligado ao mundo da música, autor da biografia dos Madredeus e co-autor do documentário Brava Dança, sobre os Heróis do Mar.
“Eu costumava parar ali pela zona do Saldanha e do outro lado do Liceu Camões havia uma companhia de teatro independente, Teatro do Nosso Tempo ou TNT, e durante esse ano e talvez o ano seguinte concentrou-se ali muita da gente que depois fez coisas”, explica o jornalista.
Quarenta e cinco anos depois do primeiro concerto, o grupo persiste na música portuguesa com mais de uma dezena de álbuns e muitas canções que servem de âncora para um clã do rock com milhares de fãs de várias gerações. Mesmo depois da morte do guitarrista Zé Pedro, em 2017, a banda manteve-se ativa, em palco e em estúdio, com Tim (vocalista e baixista), João Cabeleira (guitarrista), Gui (saxofonista) e Kalú (baterista). No final de 2019, editaram “40 Anos a Dar no Duro”, um duplo álbum que reuniu as 40 músicas mais marcantes da carreira da banda, alinhadas por ordem cronológica. A coletânea começa por “Sémen”, o primeiro ‘single’ da banda, com letra de Zé Leonel e música de Tim, lançado em 1981 pelo radialista António Sérgio e produtor do álbum de estreia da banda, “78/82”, editado em 1982.
Xutos & Pontapés: concerto especial no Porto é no Queimódromo no dia em que Zé Pedro faria 68 anos
O Banco de Portugal colocou em circulação uma moeda de coleção, com o valor de cinco euros, dedicada aos Xutos & Pontapés, no âmbito da série “Músicos Portugueses”, iniciada no ano passado, com uma moeda dedicada a José Afonso.
Num dos lados da moeda, desenhada pelo guitarrista Tó Trips, vê-se um X feito com os braços, tal como os fãs da banda costumam fazer durante os concertos. No outro lado foi escrito “Xutos & Pontapés” e “Rock ‘n’ Roll desde 1979” e a letra “X”, que é o símbolo da banda.
O nascimento oficial dos Xutos & Pontapés aconteceu há 45 anos, em 13 de janeiro de 1979, no salão de baile dos Alunos de Apolo, em Lisboa, numa noite em que tocaram quatro músicas em pouco mais de cinco minutos. Na altura, o grupo, que chegou a chamar-se Delirium Tremens e depois Beijinhos e Parabéns, integrava os jovens Zé Pedro, Kalú, Tim e Zé Leonel, influenciados pelo punk rock que entrava em força na cena musical estrangeira. Ao longo dos primeiros anos da década de 1980, em diferentes momentos, Zé Leonel abandonou o grupo, e entraram João Cabeleira e Gui.
Em 14 de setembro, a banda vai celebrar os 45 anos de carreira e o aniversário de Zé Pedro com um concerto no Porto. Zé Pedro nasceu em 14 de setembro de 1956. Este ano completaria o 68.º aniversário. Do alinhamento do espetáculo deverão fazer parte alguns dos temas mais populares da banda, como “Contentores”, “A minha casinha”, “À minha maneira”, “O homem do leme”, “Mundo ao Contrário”, “Remar, remar”, “Chuva Dissolvente” e “Circo de Feras”. A primeira parte do concerto será assegurada pelos Meu General e os Conjunto!
EP/Camões Radio