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Ex-fuzileiro atravessou o oceano Atlântico a remar

Written by on October 1, 2021

Ex-fuzileiro atravessou o oceano Atlântico a remar - Camões Rádio - Noticias

 

 

Um ex-fuzileiro decidiu pôr o corpo e a mente à prova. Como? Atravessando o Oceano Atlântico a remar e sem ajudas. 

 

Dave Bell, ex-fuzileiro, passou 119 dias em alto mar e tudo para atravessar o Oceano Atlântico – sem ajudas. Sem dúvida um desafio que meteria à prova a força e coragem de qualquer ser humano, mas o mais curioso foi Bell ter decidido embarcar nesta aventura sendo que admitiu o seu medo em estar em águas abertas e medo do escuro.

Aos 49 anos, o antigo fuzileiro do exército britânico completou a difícil jornada de 119 dias no domingo, 26 de setembro, com a chegada a Newlyn, na Cornualha, na costa oeste do território continental.

Pouco mais de 50 pessoas conseguiram enfrentar este desafio sendo bem sucedidos e todos eles com barcos de apoio a acompanhá-los na jornada. Dave Bell decidiu enfrentar todas as adversidades completamente sozinho e isolado.

“Estou bastante assustado com tudo, mas vou usar o medo para me dar força”, revelou Bell antes da partida que aconteceu em Nova Iorque.

E que o será que motiva alguém a desafiar-se desta forma? Bem, certamente o sentimento orgulho com a tarefa concluída e também a causa que o motivou – a angariação de fundos para várias instituições de caridade no Reino Unido.

“Porque é que me vou meter nisto? Toda a gente me pergunta isso. A resposta é simples: quero ver se consigo”, revelou. “Não sou um atleta, tenho os típicos joelhos, ancas e costas de um fuzileiro. Já fiz algumas coisas duras mas, para ser honesto, não sei se o meu corpo vai aguentar.”, admitiu Bell.

Apaixonou-se pelo desporto de remar ainda nos anos 90, depois de abandonar a vida militar decidiu embarcar neste desafio e assim fez a 31 de maio, a bordo do seu Billy No Mates, arrancou de Nova Iorque.

 

Não era contudo a primeira vez que remava. Apaixonou-se pelo desporto em 1997 e terá sido na Jamaica, já depois de ter abandonado a vida militar, que se lembrou do desafio. Anunciou o que queria fazer em 2018, para espanto de todos. “95 por cento das pessoas ficavam a olhar para mim, inexpressivas, a perguntarem-me ‘porquê?’. As outras cinco por cento ficavam fascinadas.”

Arrancou de Nova Iorque a 31 de maio, a bordo do seu Billy No Mates, equipado com painéis solares, rádio e satélite, sistemas de monitorização da meteorologia, um purificador de água, uma cabine isolada onde se pode refugiar durante as tempestades, muita comida e até um tablet com filmes para os momentos de descanso.

“A coisa mais assustadora era a incerteza. Quando saí de Nova Iorque, estava a tremer, sentia-me doente. E depois enquanto esperava pela chegada da primeira tempestade, não fazia ideia de como é que o barco se ia comportar, só podia largar a âncora, sentar-me quietinho e esperar sair vivo do outro lado.”

Remava uma média de 12 horas por dia e nos dias mais difíceis chegou às 16h. Já com a casa à vista, na aproximação às ilhas Scilly, na costa britânica, as más condições meteorológicas obrigaram-no a um esforço extra para bater as correntes: remou sem parar durante 40 horas.

 

Dave Bell - Camões Rádio - Noticias

 

Através dos equipamentos de comunicação por satélite, Bell conseguia enviar pequenos vídeos e imagens à sua equipa, que depois as colocava nas redes sociais, onde criaram um diário ao longo dos quatro meses de desafio. No Instagram foi possível acompanhar tudo, os dias de euforia inexplicável e os mais duros, quando Bell se mantinha refugiado na pequena cabine, protegido das tempestades.

“O que sentes enquanto estás no mar torna-se altamente exagerado”, notou à chegada. “Mas quando o oceano estava calmo, o silêncio era do mais profundo que já vivi, fazia-me sentir incrivelmente feliz.”

 

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